O meu voto.
Volvidos 5 anos, temos novamente uma eleição presidencial! O país está melhor? A república contribui para estarmos melhor?
Enfim, muitas outras perguntas gostaria eu de colocar ao regime caduco que festejou o seu centenário.
Dos candidatos que se apresentam, dois são os mesmos (desta feita, o Garcia Pereira perdeu-se algures por aí, anda distraído!)
e destes...já todos sabemos quem ganha, o Sr. Silva, que já re-encarnou 2 vezes na mesma pessoa e como tal é mais honesto do que qualquer um de nós.
Re-leio a minha posição de há 5 anos revendo-me em cada palavra que escrevi, e como tal fica novamente justificada a minha abstenção como Português que não se revê neste regime e nesta classe política que o mesmo criou.
Abstenho-me….está dito e publicamente justificado!
Lisboa, 21 de Janeiro de 2011
Eleitor n.º 04219 da Freguesia de Nossa Senhora de Fátima
Eleições Presidenciais 2006
Abstenho-me….porquê?
Portugal padece de um mal crónico, que se relaciona com a caducidade do actual regime.
Este regime criou uma classe política desacreditada, com a qual o povo não se reconhece. Por este facto as máquinas partidárias esforçam-se, com afinadas técnicas de marketing, combater a abstenção…mas esta não para de aumentar!
O regime Republicano - Laico e Socialista já não me dá esperança…nunca me deu, e pelo que vejo, nunca poderá dá-la!
Em cem anos de República, metade vivêmo-la em ditadura. A primeira República foi jacobina, anticlerical e delapidante do erário público, atirando-nos para a primeira grande guerra numa vã tentativa de a legitimar, já que, apesar do prometido, nunca o foi por sufrágio popular.
Aliás, como se pode legitimar um regime que se alicerça numa horrenda traição levada a cabo pela carbonária (braço armado do Partido Repúblicano), assassinando cobardemente S.A.R . o Rei D. Carlos e Príncipe Real D.Luis Filipe!!!
A terceira Republica que actualmente vivemos, dita democrática, realizou a “magnifica e exemplar descolonização”. Ao fim de 500 anos de encontro de culturas, abandonámos as colónias à sua sorte e “fugimos com o rabo entre as pernas”, ficando aqueles povos em guerra durante dezenas de anos, ou ocupados por outros mais poderosos e pouco conhecedores dos direitos humanos, como aconteceu em Timor!
O argumento Republicano do “Ultimato Inglês” como traição à pátria realizada pela Monarquia Constitucional, à beira desta “brilhante descolonização” deixa mágoa e revolta qualquer Português que conheça minimamente a nossa história.
Neste actual regime, os candidatos à presidência não são independentes, nem cidadãos comuns…são-nos impostos pelos partidos, e resultam, como tal, de escolhas de interesses de poder e para o poder partidário…e claro, surgem os políticos de carreira a prometer o mais absurdo….que após serem eleitos, entregam a sua filiação partidária, e num acto corajoso de amnésia esquecem os ideais que os elegeram e declaram-se “PRESIDENTE DE TODOS OS PORTUGUESE!!!” . E esta…heim!!!
Ainda por cima quando mais de metade da população portuguesa se abstêm nas eleições, e a outra parte não se revê nas suas ideologias? Onde está a legitimidade?
Onde está a legitimidade do actual regime dito democrático, quando na sua constituição proíbe outro qualquer que não o Republicano?????
Não sou hipócrita, nem vou com o rebanho, e o meu voto vale por todos os outros, e pelo exposto deveria ser em branco, como cidadão que cumpre os seus deveres cívicos. Mas nas noites eleitorais estes nunca são mencionados, nem referidos nos matutinos que procedem as eleições…são por isso votos inúteis e estéreis de sentido.
Não me resta senão abster, pois essa sim, aparece em grande ênfase na comunicação social.
Mas como não quero que esta minha manifestação ao abster-me, se misture com os que não votam porque não se preocupam com o nosso país, resolvi, perante a minha consciência, tornar publica esta minha intenção de voto nestas eleições, e assim torná-la num protesto activo e vivo como se estivesse em frente à urna a colocar o meu voto de “ mudemos de regime”, e com ele renovemos a classe política com valores cristãos de dignidade e serviço público, por todos e pelo nosso querido Portugal!
O problema estrutural de atraso do nosso país, das finanças públicas, das reformas que à dezenas de anos adiamos, da falência da justiça, da falta de valores, do “servir-se” em vez de “servir”, não se resolve com a eleição de qualquer dos candidatos, pois será mais um entre iguais.
O regime faliu, não se legitima nem se legitimou, não dá nada de novo e como tal não favorece a esperança…parou…morreu!
Abstenho-me….está dito e publicamente justificado!
Lisboa, 20 de Janeiro de 2006
José Maria de Azeredo
Eleitor n.º 04219 da Freguesia de Nossa Senhora de Fátima